Olá, miudinha!
Como preferia ser eu a chegar-te em vez desta carta!... Ou, em alternativa, que me chegasses tu… De um ou de outro modo, que pudéssemos matar a sede de beijos que nos sufoca, vivendo intensamente cada segundo do pequeno hiato que os Fados, de longe em longe, nos reservam…
Dói, criaturinha!
Dói muito ter de viver tanto tempo sem ti… tanto tempo sem me prender no teu sorriso, tanto tempo sem mergulhar nos teus lábios, tanto tempo sem errar pela tua pele… tanto tempo sem podermos, no pouco tempo concedido, esquecer o tempo que, lá fora – implacável! –, cadencia as impossibilidades que cercam o nosso amor.
Amo-te!
Amo-te muito!
Amo-te tanto que hei-de conseguir sempre ir vencendo, até ao fim dos meus dias, a distância que nos separa e o silêncio que nos oprime.
Beijo-te
Tormes de Vigo