sábado, 28 de fevereiro de 2009

Mudança de suporte tecnológico

A Lady Godiva, no seu Mar Aberto, coloca algumas interrogações interessantes sobre os instrumentos actuais de comunicação e sobre o uso que deles fazemos, quase sempre em detrimento dos seus antecessores. Hei-de tentar responder-lhes assim que puder. Entretanto, deixo este contributo.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

21 de Fevereiro de 1935


Esta é a terra que te viu nascer, mãe. Não sei bem em qual das casas, mas penso que numa que deve estar escondida pela vegetação - dizes-me que nasceste no "moinho de água" da Bica do Meio.
Faz hoje 74 anos que nasceu a minha mãe, num pequeno monte à entrada da aldeia de Porto Côvo, concelho de Sines.
Parabéns, mãe! Hoje é teu todo o dia.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

sábado, 14 de fevereiro de 2009

À hora mais fria



À hora mais fria, quando a noite dá lugar à madrugada, os seus olhos insistiam em perscrutar o negrume do horizonte, debruado por miríades de astros cintilantes no jogo perfeito de simetria que é o reflexo do céu nas águas do mar, enquanto a aurora lentamente se ia aproximando cavalgante na suave brisa que ainda transportava os perfumes da tórrida meseta ainda há pouco deixada pelo caminho.
Toda a noite ali estivera sentada no minúsculo promontório avarandado por sobre a praia, imóvel, quase petrificada, quase fazendo já parte do perenal recorte da paisagem.
Há semanas que as noites são, todas, assim passadas. E nem um sinal. Nada. Nas horas que se seguiram à partida dele, ainda teimava em ver o rasto deixado nas águas pela quilha do pequeno batel, de onde lhe chegavam os ecos das últimas palavras por ele proferidas, naquela crepuscular hora já tão nocturna:
«Não me esperes… não me esperes, que eu não volto… nunca mais… nunca! Hei-de amar-te para sempre!»
No fim dessa primeira noite de expectante vigília, vestiu o negro que desde então a cobre da cabeça aos pés e sepultou-se em casa, de janelas e portas fechadas, do nascer ao pôr do sol. Nunca mais ninguém a viu, vizinhos ou parentes. Nem mesmo aqueles que ainda foram impondo no aferrolhado postigo as marteladas tentativas de obtenção da resposta que vencesse o hermetismo daquele emparedamento que só a coberto do xaile e da noite alta era quotidianamente interrompido pela fortuita saída e sequente deambulação pelos bem conhecidos trilhos – por entre tojos, cardos e chorões – que a dirigiam ao costumeiro ponto de vigia.
O mar o trouxera um dia, o mar o levara uma noite.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Amuo

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Conselho (I)


Cerca de grandes muros quem te sonhas.
Depois, onde é visível o jardim
Através do portão de grade dada,
Põe quantas flores são as mais risonhas,
Para que te conheçam só assim.
Onde ninguém o vir não ponhas nada.

Faze canteiros como os que outros têm,
Onde os olhares possam entrever
O teu jardim como lho vais mostrar.
Mas onde és teu, e nunca o vê ninguém,
Deixa as flores que vêm do chão crescer
E deixa as ervas naturais medrar.

Faze de ti um duplo ser guardado;
E que ninguém, que veja e fite, possa
Saber mais que um jardim de quem tu és -
Um jardim ostensivo e reservado,
Por trás do qual a flor nativa roça
A erva tão pobre que nem tu a vês...

Fernando Pessoa

* esta foto
"foi emprestada"

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Feira da Ladra


* "pedi emprestada" esta foto a Nas rodas do tempo