sábado, 15 de maio de 2010

Ridículas?



Olá, miudinha!


Como preferia ser eu a chegar-te em vez desta carta!... Ou, em alternativa, que me chegasses tu… De um ou de outro modo, que pudéssemos matar a sede de beijos que nos sufoca, vivendo intensamente cada segundo do pequeno hiato que os Fados, de longe em longe, nos reservam…
Dói, criaturinha!
Dói muito ter de viver tanto tempo sem ti… tanto tempo sem me prender no teu sorriso, tanto tempo sem mergulhar nos teus lábios, tanto tempo sem errar pela tua pele… tanto tempo sem podermos, no pouco tempo concedido, esquecer o tempo que, lá fora – implacável! –, cadencia as impossibilidades que cercam o nosso amor.
Amo-te!
Amo-te muito!
Amo-te tanto que hei-de conseguir sempre ir vencendo, até ao fim dos meus dias, a distância que nos separa e o silêncio que nos oprime.

Beijo-te
Tormes de Vigo

28 comentários:

Guida Palhota disse...

Cartas de amor? Ridículas? Claro que sim. Já toda a gente sabe que "se não fossem ridículas, não seriam [deliciosas] cartas de amor"!
Resta é saber se ainda há malta ridícula... ;-)

P.S. Onde encontraste tu isto, pá? Esta era boa para aquele concurso que a Lady Godiva promoveu há uns tempos.

Lady Godiva disse...

Olá, Vítor!
Estive aqui a apreciar a dor de dois amantes que, por circunstâncias não reveladas, muito pouco se vêem. (Será marinheiro o moço?!) E a minha ideia é: Estando o discurso tão carregado de tristeza, será que quando se encontram conseguem viver a alegria do curto momento partilhado?
Tenho, portanto, para ti, um desafio: Escreveres uma carta de amor, imaginando-te a mesma personagem, mas fazendo apenas referência ao (maravilhoso) tempo passado em conjunto.

Sabes, é que anda-me a parecer que o amor é uma nuvem cinzenta que rodeia gente a mais... E não tem de ser assim!

Bom trabalho!

*_¨

Vítor disse...

Guida:

Sabes que, após quase dois meses, voltei a ter o meu pc disponível, depois de arranjado (ou "composto", como se diz por aí)? Pois é essa uma das razões para ter (re)encontrado alguns baús e respectivos conteúdos. Isto, pá, saiu de um deles.
Agora que o mencionaste, lembrei-me do tal desafio da LG; realmente, foi pena não ter visitado o baú do Tormes de Vigo nessa altura.

Beijo

Vítor disse...

Lady:

Se ele é marinheiro ou ela hospedeira, não o sei. Teria de me pôr a 'tentar apanhar a intenção do autor', o que me foi recentemente desaconselhado num dos blogues da rodinha.
Quanto ao teu desafio, proponho-me - apenas - tentar aceitá-lo, pois sei bem que ainda estou em dívida por aqui com alguém quanto ao encerramento de uma trilogia que tarda em o ser. Além disso, não sei se consigo competir com o autor da presente. Mas vou tentar!

Beijo

Rute disse...

Olá Vitor

Bem vindo!!!
Regressaste em grande, amigo.
Que felicidade deveria sentir essa miúdinha... :)

1 beijinho

Vítor disse...

Rute:

Olá! Benvinda de volta, também!
Quanto à miudinha, quem sabe? Talvez sentisse, talvez não, o tal «engano de alma, ledo e cego,\ que a Fortuna não deixa durar muito». Mas disso nem o Camões tinha a certeza...

Beijo

Rute disse...

...nem o Camões nem ninguém!
;)

1 beijinho

Clarice disse...

Muito bem... de volta e em grande!!!

Fazes-me falta;)nas minhas leituras de roda noite fora...

Vá, põe os "deberes" dos teus alunos de lado e vamos mas é tomar café esta semana, yes? ou no final dela, tanto faz...beijo, amigo!

Vítor disse...

Rute:

Disso já não tenho eu a certeza!

Beijo

Vítor disse...

Clarice:

Também me fazes falta nas minhas leituras; já há uns dias que não vem nada a lume (é muita lata para quem esteve um mês sem postar, não é?)...
Vamos a esse café, claro!

Beijo

Anónimo disse...

Mau Maria, Vitor! Então agora andas sempre a desdizer-me, hem? Primeiro dizes que "disso nem o Camões pode saber" e depois a seguir já dizes que disso já não tens a certeza!!! Cá para mim andas a alcoolizar-te valentemente ;) .
Alinho contigo e com a Clarice nesse café, mas tu, pedes um duplo para ver se a coisa volta ao normal...

1 beijinho :)

Rute disse...

não se se assinei no comentário acima! É que andei a abusar da coca-cola. Quem sou eu?

Clarice disse...

Então já somos três para o café... parece-me muito bem!


(desculpa Vítor mas não resisto...

pela coca-cola não faço a mais pIquena ideia quem sejas;), agora por não assinares o comentário já sei, és a Rute!:))

beijos até ao final da semana

Vítor disse...

"Anónima" Rute:

Não desdigo ninguém, apenas digo que, lá por o Camões não ter a certeza isso não quer dizer que alguém não a possa ter. Eu não conheço, mas pode haver quem saiba o que é a felicidade plena e eterna.
Tem cuidado com a coca-cola, que o IVA subiu 1%.

Beijo

Vítor disse...

Clarice:

Vamos lá ver se há café que chegue para todos. Estou em crer que sim.

Beijo

Rute disse...

Vítor

Claro que não acredito na felicidade plena e eterna! Acredito em momentos de felicidade plena, em pequenos períodos de tempo dela. Agora quanto à eternidade, desconfio sempre...

1 Beijinho :)

Lady Godiva disse...

(Psst! Vou fingir que sou a "miudinha"!)

Ai, matulão do meu coração.
Já devias saber que, quando me chegam as tuas cartas, a doçura do seu aroma é tão intensa que é quase como se me chegasses tu próprio. Até porque aprendi a guardar sempre pedaços da tua presença em mim, para ir saboreando levemente durante os longos períodos de ausência. É dessa forma que consigo fazer minorar a dor da tua falta - sentindo, na tua ausência,
o teu sorriso alegre, a tua voz doce, a seda dos teus dedos a percorrerem-me.
Portanto, a distância física que nos separa trata-se de algo que é não o sendo e, nessa sua dupla qualidade, contempla sempre a hipótese de nos sentirmos seja onde for, quem sabe se num qualquer café de bairro, onde o silêncio costumeiro seja substituído pelo bombom de felicidade servido com a bica...
Beijo-te sempre
(quer in, quer out)

miudinha

Vítor disse...

Rute:

Eu também sou obrigado a acreditar, como tu, nesses momentos fugazes de felicidade, mas concedo que possa haver seres para quem a felicidade não seja um período de tempo mas uma forma de vida. Bem-aventurados...

Beijo

Vítor disse...

Lady:

Não sei se o Tormes de Vigo alguma vez recebeu resposta à tal missiva nem sequer se "matulão" seria o epíteto apostrofado pela suposta remetente, mas - parafraseando livremente a nossa amiga Rute - "que felicidade deveria sentir esse matulão" ao ler essas palavras que fingiste tuas.
Gostei particularmente da imagem do "bombom de felicidade servido com a bica".
Se eu soubesse que as coisas que o Tormes de Vigo escreveu e nunca publicou poderiam gerar tantos passos à sua volta, já teria aberto o baú há mais tempo (na realidade, já o fizera uma vez, creio que no Mar Aberto, mas já não o posso precisar).
Tenho de voltar ao baú um dia destes para ver se ele tem lá alguma coisa de jeito.

Beijo

Rute disse...

Dás licença Vítor?

Lady

Gostei muito da "miúdinha" que imaginaste :). Será que o nosso jovem era um "ganda" matulão? Vá lá a gente saber... ;)

Beijos para os dois

Lady Godiva disse...

Ó da casa, pode-se entrar? Era para responder à Rute. Posso?
Pois, menina Rute, sei lá eu... Na altura, o tratamento por 'miudinha' fez-me lembrar do King Kong e da sua "minúscula" Ann...

Rute disse...

...e a quantidade de coisas que o nosso grandalhão espatifou só para ter a sua miúdinha na palma da sua "mãozona"... . O amor tem destas coisas ;).

Beijinhos

Guida Palhota disse...

Olha lá, ó Vítor, tu estarás a pensar o mesmo que eu? Será que vieste aqui pendurar esta caixa de correio julgando que a malta desatava a enviar-te cartas? Tu não vês que isso é ridículo, pá?!... Hum? ;)

Rute disse...

Essa ideia da caixa de correio para nós enviarmos cartas, não está mal pensada, não senhor! Podemos enviar cartas ao nosso amigo Vítor e até a outra gente, se ele deixar, claro ;)

Beijos para todos os que os quiserem receber e um especial para o nosso anfitrião

Aníbal Meireles disse...

Sim, ridículas, pois, Vítor!

Quem está enamorado está certamente doente, prestes a achar que a vida é boa demais para ser verdade.

Mas quem nunca lá esteve nunca vai entender que às vezes é muito bom perceber o quão bom pode ser estar lá no topo, ainda que a queda se revele de um sítio mais alto do que as almofadas das nossas nádegas confortavelmente suportam! É que não há rede!

Abraço!

(Welcome back! Como sempre, os meus hábitos comentaristas fora de horas revelam-se uma vez mais :D )

Rute disse...

Que é feito de amigo?!

Beijo saudoso

Rute disse...

... feito de ti, claro...

Vítor disse...

Rute:

Desculpa não ter respondido antes, mas "ACABO DE VOLTAR!"
Quero felicitar-te pela reabertura do «Efémera», que eu sabia que não podia estar definitivamente encerrado.

Beijo