O tempo é a primeira das dimensões criadas pelo homem, a mais perfeita e a mais opressiva das suas obras.
Parece um aforismo ou uma citação de um qualquer autor famoso, daqueles por quem nos guiamos, daqueles que veneramos por terem conseguido dizer aquilo que sempre sentimos e pensámos mas que nunca conseguimos verbalizar.
Parece, mas não é.
Em primeiro lugar, não tem a sonoridade nem o ritmo que as sentenças tão bem sabem usar para se nos insinuarem, no caminho para nos vergarem à paixão por elas. Não é uma boa frase!
E, claro, o seu autor nunca virá a ser famoso por razão alguma, e muito menos pela autoria de tão sensaborona afirmação.
É, portanto, uma "obra menor" - não de um "autor maior", como a imagem que acompanha estas urdiduras poderá eventualmente engodar quem se fique pelas primeiras impressões apenas, mas de alguém a quem nem sequer "autor" se poderá chamar, tão "menores" são os artefactos que das suas mãos ganham vida.
É, apenas, uma coisa que a vida me foi ensinando, a mim, que tenho tão má relação com o tempo.
Se a Lady Godiva não tem tido a amabilidade de me "picar" com a publicação do seu post de ontem no Mar Aberto, provavelmente não me lembraria, nos dias que correm, do segundo aniversário deste blogue, «no fim do Verão».