A foto não é minha, roubei-a da net. Quanto ao sítio, é relativamente fácil de encontrar. Chama-se Cromeleque dos Almendres e fica um bocadinho antes de Évora, quando vamos de Montemor pela N114 - está bem assinalado e não tem nada que enganar. Imperdível para "adoradores do Sol".
a propósito de inglês: vi há poucos dias o nosso prof de Inglês do 12ºano!!! Está na mesma!!! E eu que julguei que ele tinha ficado traumatizado devido às aulas com o Janeca, apenas os dois na sala, quando todos resolviamos faltar só para lixar o Janeca, que estando tapado por faltas tinha de o ir aturar... ;-)
Olha que as pedrinhas não são assim tão fáceis de fazer rolar ribanceira a baixo. Se precisares de ajuda, diz, que eu também caí no caldeirão da poção mágica quando era pequeno (nunca ouviste falar do Bibi, o Gaulês?). Só preciso de arranjar umas calças de modelo tenda de circo.
Há dez anos (ui!), quando lá dei aulas pela última vez, almocei muitas vezes com ele (o V.), pois, apesar de já reformado, continuava a ir ao refeitório da escola. É uma grande figura, mas nós também éramos uns figurões. Ainda me lembro de ele tirar os óculos, encostar a fotocópia aos olhos e ler, no seu 'propper english', este poema:
Dust of Snow
The way a crow Shook down on me The dust of snow From a hemlock tree Has given my heart A change of mood And saved some part Of a day I had rued.
Atão, nã sã almendras? Desculpai lá, pois pareciã mesmo, das grandes e boas! E olha que nã era eu que ia fazê-las tombar barranco a baixo, nã senhori. Tanto tempo ali os menires "amendoados", todos juntinhos com ar de partilha de intimidades... Até aposto que já ali se "piquenicarã" alcagoitas, ervilhanas, croquetes, almôndegas e amêndoas vezes sem fim, ao longo de tempos e tempos, só por eles estarem assim aconchegadinhos naquele lugari... Olha, hei-de lá iri!
Nem pensar em tirar as pedras do sítio. Isso desequilibraria inevitavelmente a relação de forças do Universo, e nunca mais as nossas vidas voltariam a ser o que foram e são. Vale mais ir lá vê-las e picnicar. Tens toda a razão. Poderia ser o local para o picnicão dos autores do "cadáver esquisito", por exemplo. É só uma ideia maluca (é que, desde que caí no caldeirão da poção mágica, nunca mais fiquei bom)!
Vitor, o que te vou dizer é absoluamente verdade: desde essa aula a que te referes que sei esse poema de cor. E mais, adoro-o e já por muitas vezes o ensinei (ou melhor, escrevi-o no quadro e pedi aos meus alunos que o passassem) e o expliquei. Já não me lembrava dessa imagem dos óculos na mão ao encostar os olhos à folha de papel, mas quando li o teu comentário tudo se tornou presente. E tenho uma memória auditiva dele, a dizer " A bird's-eye view of English literature", em referência a um certo livro que pode ser visto aqui:
Apetece-me soltar um lugar comum: "O mestre só aparece quando o discípulo está pronto". Embora possa parecer que tenhamos desperdiçado o (talvez) melhor professor de Inglês que tivemos, na verdade retivemos aquilo que é essencial, mesmo a jogar às cartas, a namorar ou a "cozinhar bombinhas" na sala de aula.
Ó profes, estes eram vocês? Ih, ih, ih! Já pensaram quantas vezes piores do que os alunos que agora temos? Já pensaram que os nossos alunos talvez estejam a aprender connosco muito mais do que imaginamos? Se calhar, devíamos dar-lhes já as notas que eles vão merecer daqui a 20 anos... Eu se que nós, nessa altura, ainda por lá andamos, mas eles não!
Às vezes, ainda conseguíamos ser piores do que talvez imagines. Mas tínhamos alguma graça, cada um à sua maneira e também todos à uma. Mas os profes (alguns) também tinham pinta. Não sei se já aqui contei esta (senilidade, claro!), mas, nesse mesmo ano, foi raro o teste de Literatura Portuguesa (e houve muitos) em que o meu colega de carteira (o mesmo!) e eu não chegássemos atrasados, sem sabermos que havia teste e pretendendo voltar a sair por não "termos estudado". A professora (uma tal de IP - conheces?) tinha uma pachorra de todo o tamanho para nos aturar e convencia-nos sempre a ficar e fazer o teste - vinha muitas vezes sentar-se cá atrás ao pé de nós e uma ocasião até trouxe um coelhinho branco para nos dar sorte, o que se revelou pior, pois não conseguíamos parar de rir, porque ´só nos lembrávamos da anedota do «Largas pêlo?» (Foi de tal maneira que acho que tivemos de contar a anedota à professora - mas disto já não tenho a certeza!).
Enfim... o mundo era diferente há um quarto de século!
Acho uma óptima ideia fazermos um picnicão ao pé daquelas amêndoas, ou noutro sítio igualmente aprazivel (é bonita esta palavra, não é ? ). Temos que nos juntar , pessoal. Começa tu a organizar isso, poque diz-se por aí à mão-cheia que tu és exímio a organizar encontros de malta que escreve coisas esquisitas. Combina com a Clarice que ela também é uma rapariga com jeito para organizar!
Quem poderá dizer uma coisa dessas sobre mim? Eu não tenho jeito nenhum para organizar essas coisas. Já a Clarice... Mas estou pronto para alinhar nisso, com certeza.
Nunca é tarde para aprender... mas não comigo, claro!
Ainda assim, vamos comer uma "torradinha" com a Rute e falamos melhor, sim Vítor? Eu não sei se irei à lua uns tempos, mas juro que ajudo para que se encontrem e depois tiram uma fotografia todos em cima de uma mantinha para eu ver, sim?:)
Ora aqui está o verdadeiro 'post palavra puxa palavra'. Sobre o Verão que ele era... A vida é um espectáculo. Sempre a surpreender-nos, a dar-nos, a tirar-nos..., a proporcionar-nos recordações, encontros... Entre profes, alunos ou gente que escreve coisas esquisitas, não vou importar-me de estar - desde que estejam lá as amêndoas. Quem é que marca a data e a hora, afinal?
Ainda bem que apareceste. Faltava pensar na animação musical e, como estás a ser um sucesso com o teu videoclip, se não pedisses um cachet demasiado elevado, talvez pudesses brindar os outros convivas com um espectaculozito. Isso faz depender a coisa da tua agenda, não é?
26 comentários:
Tempo de encontros e de eventual liberdade... :] Bom Verão, para ti.
Vitor
Que foto tão bonita,que local tão apetecível!
Onda se pode encontrar?
1 beijinho
Greta:
Veremos se este Verão será mesmo assim - depois, dar-te-ei conta, seguramente.
Bom Verão, para ti também.
Rute:
A foto não é minha, roubei-a da net.
Quanto ao sítio, é relativamente fácil de encontrar. Chama-se Cromeleque dos Almendres e fica um bocadinho antes de Évora, quando vamos de Montemor pela N114 - está bem assinalado e não tem nada que enganar. Imperdível para "adoradores do Sol".
Beijo de volta
Grandas amêndoas, pá! Isto não será mas é no Entroncamento? ;]
Oh Lady
Mas onda é que tu vez as amêndoas????!!!
Não me digas que já andas a pensar na Páscoa...
Beijinhos para ti e para o Vítor
P.S - Quando é que vamos tomar um café?
Pergunta:
Esta coisa dos cromeleques dos almendres não faria mais sentido se fosse cromelendres dos almeleques?
;)
uél câme béque
Lady, amiga:
Nã sã amêndoas, moça, sã alcagoitas e ervilhanas que sobraram da encenação do «João, Pé de Feijão».
Rute (e Lady, 'por supuesto'):
Café, quando quiseres / quiserem!
Yanneck:
Ou croquetes e almôndegas... tudo menos chamuças!
sem preti ves tejeito proin glês
Se um dia eu... " vamos de Montemor pela N114 " ... vocês "VERÃO" o que vai ser destas pedrinhas, ribanceira abaixo...
apetecia-me tanto:)
E depois diziam assim : quando havia pedrinhas, "amêndoas" em "cromelendres dos almeleques"...
beijo
a propósito de inglês: vi há poucos dias o nosso prof de Inglês do 12ºano!!! Está na mesma!!! E eu que julguei que ele tinha ficado traumatizado devido às aulas com o Janeca, apenas os dois na sala, quando todos resolviamos faltar só para lixar o Janeca, que estando tapado por faltas tinha de o ir aturar... ;-)
Clarice:
Olha que as pedrinhas não são assim tão fáceis de fazer rolar ribanceira a baixo. Se precisares de ajuda, diz, que eu também caí no caldeirão da poção mágica quando era pequeno (nunca ouviste falar do Bibi, o Gaulês?). Só preciso de arranjar umas calças de modelo tenda de circo.
Carlos:
Há dez anos (ui!), quando lá dei aulas pela última vez, almocei muitas vezes com ele (o V.), pois, apesar de já reformado, continuava a ir ao refeitório da escola. É uma grande figura, mas nós também éramos uns figurões. Ainda me lembro de ele tirar os óculos, encostar a fotocópia aos olhos e ler, no seu 'propper english', este poema:
Dust of Snow
The way a crow
Shook down on me
The dust of snow
From a hemlock tree
Has given my heart
A change of mood
And saved some part
Of a day I had rued.
Robert Frost
Xiiii! "O que vai aqui não vai em Roma"!
Atão, nã sã almendras? Desculpai lá, pois pareciã mesmo, das grandes e boas! E olha que nã era eu que ia fazê-las tombar barranco a baixo, nã senhori. Tanto tempo ali os menires "amendoados", todos juntinhos com ar de partilha de intimidades...
Até aposto que já ali se "piquenicarã" alcagoitas, ervilhanas, croquetes, almôndegas e amêndoas vezes sem fim, ao longo de tempos e tempos, só por eles estarem assim aconchegadinhos naquele lugari...
Olha, hei-de lá iri!
Lady:
Pois é!
E «Roma e Pavia não se fizeram num dia!»
Nem pensar em tirar as pedras do sítio. Isso desequilibraria inevitavelmente a relação de forças do Universo, e nunca mais as nossas vidas voltariam a ser o que foram e são.
Vale mais ir lá vê-las e picnicar. Tens toda a razão. Poderia ser o local para o picnicão dos autores do "cadáver esquisito", por exemplo.
É só uma ideia maluca (é que, desde que caí no caldeirão da poção mágica, nunca mais fiquei bom)!
Vitor, o que te vou dizer é absoluamente verdade: desde essa aula a que te referes que sei esse poema de cor. E mais, adoro-o e já por muitas vezes o ensinei (ou melhor, escrevi-o no quadro e pedi aos meus alunos que o passassem) e o expliquei. Já não me lembrava dessa imagem dos óculos na mão ao encostar os olhos à folha de papel, mas quando li o teu comentário tudo se tornou presente. E tenho uma memória auditiva dele, a dizer " A bird's-eye view of English literature", em referência a um certo livro que pode ser visto aqui:
http://www.archive.org/details/abirdseyeviewen00greygoog
A memória é uma coisa estranha, não é? Um abraço.
Holly shit!!!
Carlos:
Apetece-me soltar um lugar comum: "O mestre só aparece quando o discípulo está pronto".
Embora possa parecer que tenhamos desperdiçado o (talvez) melhor professor de Inglês que tivemos, na verdade retivemos aquilo que é essencial, mesmo a jogar às cartas, a namorar ou a "cozinhar bombinhas" na sala de aula.
Abraço
Ó profes, estes eram vocês? Ih, ih, ih!
Já pensaram quantas vezes piores do que os alunos que agora temos? Já pensaram que os nossos alunos talvez estejam a aprender connosco muito mais do que imaginamos?
Se calhar, devíamos dar-lhes já as notas que eles vão merecer daqui a 20 anos... Eu se que nós, nessa altura, ainda por lá andamos, mas eles não!
Lady:
Às vezes, ainda conseguíamos ser piores do que talvez imagines. Mas tínhamos alguma graça, cada um à sua maneira e também todos à uma. Mas os profes (alguns) também tinham pinta. Não sei se já aqui contei esta (senilidade, claro!), mas, nesse mesmo ano, foi raro o teste de Literatura Portuguesa (e houve muitos) em que o meu colega de carteira (o mesmo!) e eu não chegássemos atrasados, sem sabermos que havia teste e pretendendo voltar a sair por não "termos estudado". A professora (uma tal de IP - conheces?) tinha uma pachorra de todo o tamanho para nos aturar e convencia-nos sempre a ficar e fazer o teste - vinha muitas vezes sentar-se cá atrás ao pé de nós e uma ocasião até trouxe um coelhinho branco para nos dar sorte, o que se revelou pior, pois não conseguíamos parar de rir, porque ´só nos lembrávamos da anedota do «Largas pêlo?» (Foi de tal maneira que acho que tivemos de contar a anedota à professora - mas disto já não tenho a certeza!).
Enfim... o mundo era diferente há um quarto de século!
Vítor
Acho uma óptima ideia fazermos um picnicão ao pé daquelas amêndoas, ou noutro sítio igualmente aprazivel (é bonita esta palavra, não é ? ).
Temos que nos juntar , pessoal. Começa tu a organizar isso, poque diz-se por aí à mão-cheia que tu és exímio a organizar encontros de malta que escreve coisas esquisitas. Combina com a Clarice que ela também é uma rapariga com jeito para organizar!
Beijinhos
Rute:
Quem poderá dizer uma coisa dessas sobre mim? Eu não tenho jeito nenhum para organizar essas coisas. Já a Clarice... Mas estou pronto para alinhar nisso, com certeza.
Beijinhos, de volta
Vítor,
Nunca é tarde para aprender... mas não comigo, claro!
Ainda assim, vamos comer uma "torradinha" com a Rute e falamos melhor, sim Vítor? Eu não sei se irei à lua uns tempos, mas juro que ajudo para que se encontrem e depois tiram uma fotografia todos em cima de uma mantinha para eu ver, sim?:)
Ora aqui está o verdadeiro 'post palavra puxa palavra'.
Sobre o Verão que ele era...
A vida é um espectáculo. Sempre a surpreender-nos, a dar-nos, a tirar-nos..., a proporcionar-nos recordações, encontros...
Entre profes, alunos ou gente que escreve coisas esquisitas, não vou importar-me de estar - desde que estejam lá as amêndoas.
Quem é que marca a data e a hora, afinal?
Clarice:
Vamos à "torradinha", com certeza!
Se vais à lua, podíamos ir todos: levávamos a mantinha e a máquina fotográfica e picnicávamos por lá.
Margarida:
Ainda bem que apareceste. Faltava pensar na animação musical e, como estás a ser um sucesso com o teu videoclip, se não pedisses um cachet demasiado elevado, talvez pudesses brindar os outros convivas com um espectaculozito. Isso faz depender a coisa da tua agenda, não é?
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