sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Dark Side...


Não penso que a NASA tenha finalmente conseguido "camoniar" a Lua, pois parece-me que a cratera Cabeus não faz parte do aparelho visual daquele orbe, até porque todos acharíamos estranho que a agência espacial norte-americana, após décadas de investigação e muitos milhões de dólares de investimento, pretendesse apenas vazar uma vista à nossa vizinha do lado.
No entanto, não deixa de parecer absurdo, depois de quase destruirmos o nosso planeta, andarmos agora a bombardear a Lua, ainda que com o argumento da necessidade científica de avaliação sobre a quantidade e a qualidade da água existente no satélite natural que teve a infelicidade de ter ficado encarcerado na nossa órbita e submetido ao nosso destino. Já não nos chega sujarmos a nossa casa, ainda temos necessidade de andar a deitar lixo no quintal do vizinho.
"Ah, e tal... que é preciso... que só assim saberemos se um dia virá a ser possível erigir a - até aqui utópica - base lunar..."
Eu lembro-me de, há trinta e tal anos, ter acontecido uma outra explosão há dez anos, cujas únicas consequências positivas foram a emancipação da Lua em relação à Terra e o leitmotiv para duas ou três temporadas de episódios de uma série televisiva de que a malta quase toda gostava.

6 comentários:

Guida Palhota disse...

A lua não vai deixar-se "camoniar". Quando muito deixará os camones alunar - para se refrescarem da viagem de turismo -, mas vai dar-lhes pouco tempo de gozo, pois tem mais que fazer e precisa de sossego para continuar a concretizar o seu projecto de ser feliz no Universo. Não vai, portanto, admitir ser tomada pelos infelizes seres da Terra, sob pena de contaminação para todo o sempre! E daqui a dez (ou trinta e tal anos), as consequências da base lunar poderão passar pela chegada dos camones e outros que tais à conclusão de que o Homem não passa de um micróbio do universo, com a mania de que domina o indominável.

See you

Vítor disse...

Guida:

Se tu achas que a Lua não se vai deixar colonizar, então fico mais descansado.
Eu também não acredito em bruxas, mas... estes "micróbios do universo", como lhes chamas, sempre foram bombardeando a mãe das marés ontem de manhã - e ela, coitada, não se pôde desviar.

See you in the sea...

Guida Palhota disse...

Eu não acho nada, Vítor; eu espero que! Muito especialmente que tu não tenhas razão e que não venhamos a encontrar-nos nesse mar que vaticinas!

Aníbal Meireles disse...

Eu partilho da opinião da Guida, que aliás, me parece uma constatação: nós somos realmente muito pequeninos; na grande escala das coisas não somos muito diferentes daquilo a que nós chamamos micróbios.

Se algum dia iremos conseguir começar a fabricar pontes para ir para outro planeta quando este se tornar inabitável ? Tenho as minhas sérias dúvidas que seja possível, mas até lá não me doa a cabeça, como diz o outro :D

E quanto menos mal fizerem à lua melhor, gosto de olhar para ela tla como está, nas suas diferentes fases; é uma luz romântica, convidativa ao passeio e à contemplação. Espero que não haja mais experiências destas. Para a próxima levem uma broca para fazer um furinho. Quer-me parecer que o resultado será parecido.

Vítor disse...

Guida:

Também eu gostaria de não ter razão.
Quanto ao mar em que nos poderemos vir a encontrar, referia-me a um mar mais agradável e prazenteiro, o de uma tal LG e que dá pelo nome de Mar Aberto.

Beijo

Vítor disse...

Meireles:

Eu também concordo com essas constatações sobre a nossa pequenez microbiana. Mas deixa-me reforçar que somos uns micróbios extremamente nocivos. Que outro micróbio se lembrou de bombardear a Lua? Quanto à broca, acho que sim: sou sempre pelos males menores quando não é possível evitar que sejam males.

Abraço