terça-feira, 15 de dezembro de 2009

12 segundos de escuridão...




Gira el haz de luz
para que se vea desde alta mar
yo buscaba el rumbo de regreso
sin quererlo encontrar

Pie detrás de pie
iba tras el pulso de claridad
la noche cerrada, apenas se abría,
se volvía a cerrar.

Un faro quieto
nada sería
guía, mientras
no deje de girar
no es la luz
lo que importa en verdad
son los 12 segundos
de oscuridad,

12 segundos de oscuridad
para que se vea desde alta mar
de poco le sirve al navegante
que no sepa esperar.

Pie detrás de pie
no hay otra manera de caminar
la noche del Cabo
revelada en un inmenso radar.

Un faro para,
sólo de día,
guía, mientras
no deje de girar
no es la luz
lo que importa en verdad
son los 12 segundos
de oscuridad,
12 segundos de oscuridad,
12 segundos de oscuridad,
para que se vea desde alta mar.

Jorge Drexler

2 comentários:

Guida Palhota disse...

É a lei da vida:
Coimbra tem mais encanto na hora da despedida; os quadros do Van Gogh valem milhões depois de ele ter morrido na miséria; Mozart é um génio depois de ter sido depositado numa vala comum...
Ou seja, a ausência é, muitas vezes, a mais determinante das presenças...

Vítor disse...

Guida:

A ausência de luz é outra forma de luz, quase como aquele poema do Pessoa que só tem um verso:
«Não haver Deus é um deus também».
Se não nos (re)ligarmos ao tudo, podemos (re)ligar-nos ao nada. Será sempre uma religião, no sentido mais amplo do termo.
Impossível - acho, apesar de toda a vida ter tentado o inverso - será desligarmo-nos de tudo, pois, mesmo no cabo mais ermo, na noite mais escura, ainda que fugazmente, de 12 em 12 segundos, uma centelha que seja obriga-nos a (deixar) estabelecer a ligação.
Será a lei da vida ou uma das leis da vida, ou até a lei das vidas... ou pode até nem ser lei e só vida.