– Bom dia! – Bom dia. É um café e um Gigante Box... – Quatro euros. – Quatro... – Obrigada! – Obrigado! – Como é o café? – Normal, se faz favor. – Aqui tem... muito obrigada. – Obrigado.
De cá e de lá do balcão estão duas pessoas a "matinar" palavras... É como na vida, não é?
Nem imaginas os filmes que faço quando olho para os rostos de quem não conheço assim nestes espaços...Chego a casar pessoas que nem sabem o que lhes está a acontecer. E a separar outras pela distância cruel que não as une, e que lado a lado continuam a pedir um café em união, de facto.
Gosto destas trocas de palavras, mas digo-te que pela manhã para mim são sempre trocas muito ensonadas...
- Para mim, um cheio, por favor. - Porque bebes cheio? Tem mais café! Embora haja quem pense o contrário... - Muito obrigada. - Não põe açúcar? - Não. Com açúcar, sabe a remédio. Mas levo. Os miúdos fazem bolos com os cafés que tomo... - Cheio prolonga a sensação. Não estou muito ralada com a quantidade de pó! - Tu é que sabes! Para mim, é sempre curto. Bica a sério! - Ah, tu queres é bica! Sabes que cá as bicas são mais de água pura? Bebe dessas. Pó nenhum!!! Vamos? - 'Bora. - Obrigada. Até amanhã. - Até amanhã, menina. - Isso do café curto não é mais uma italiana?!... - Ah...
Clarice: As minhas trocas ainda devem ser mais ensonadas do que as tuas - não sou bicho da manhã. A tarde é pública, a noite social, mas a manhã é (ou deviam deixá-la ser) íntima. E acho que já deixei herança, pois a minha pequenita C. é muito difícil de acordar; às 10h, 10h30min, quando insistentemente a chamo, muito rezingona responde-me "Nhão, nhão! Ó-ó ó-ó!" e vira-se para o outro lado.
Lady Godiva: Agora já não posso eu escrever esse texto, que era o passo seguinte!... Não estou zangado, isto é uma maneira minha de te dizer que acho espantoso, quase incrível, que lhe tenhas dado esta sequência. Parece que voltámos, mesmo, ao tempo em que nos entretínhamos a fazer "cadáveres esquisitos" (muitas vezes, durante as aulas, que era quando a coisa parecia correr melhor)...
# Eu diria nós os três, mas teríamos de tirar à sorte para ver quem ia para trás do balcão.
Apesar de tudo, ainda sei ser cavalheiro. Não é preciso sorteio, eu vou lá para dentro. Continuam vocês as duas a conversa. Mas deixem-me ouvir e dizer qualquer coisa de vez em quando, 'tá?
Abra-se mais a "rodinha"! Há sempre lugar para mais um (ainda por cima não és "mais um", estás na nossa casa de portas sem chave, neste momento no meu quarto). Tens, decerto, outros vícios, talvez mais saudáveis (ou não).
- Por favor!Uma torrada com pouca manteiga e um café em chávena fria... (isto é para ti Vítor, que estás atrás do balcão, foi assim combinado, não foi?)
*Adoro ouvir estes detalhes logo pela manhã. Uma torrada e mais nada! Agora cá com pouca ou com muita manteiga...e uma chávena fria? Ai, meu deus será que a vão beber?
Viva, uma vez mais! A torradinha ainda se consegue arranjar e o mel também, mas chás só dos "normais": camomila ("macela" no Sul), tília, cidreira, preto... ah!, também há para aí uma coisa exógena mas não exótica que dá pelo nome de Quiet Night, que não sei o que leva. Já foi tempo em que se chazava muito por aqui e com coisas exóticas, como "Perpétuas Roxas" e jasmim, etc. Mas agora chaza-se menos!
12 comentários:
De cá e de lá do balcão estão duas pessoas a "matinar" palavras...
É como na vida, não é?
Nem imaginas os filmes que faço quando olho para os rostos de quem não conheço assim nestes espaços...Chego a casar pessoas que nem sabem o que lhes está a acontecer. E a separar outras pela distância cruel que não as une, e que lado a lado continuam a pedir um café em união, de facto.
Gosto destas trocas de palavras, mas digo-te que pela manhã para mim são sempre trocas muito ensonadas...
- Para mim, um cheio, por favor.
- Porque bebes cheio? Tem mais café! Embora haja quem pense o contrário...
- Muito obrigada.
- Não põe açúcar?
- Não. Com açúcar, sabe a remédio. Mas levo. Os miúdos fazem bolos com os cafés que tomo...
- Cheio prolonga a sensação. Não estou muito ralada com a quantidade de pó!
- Tu é que sabes! Para mim, é sempre curto. Bica a sério!
- Ah, tu queres é bica! Sabes que cá as bicas são mais de água pura? Bebe dessas. Pó nenhum!!! Vamos?
- 'Bora.
- Obrigada. Até amanhã.
- Até amanhã, menina.
- Isso do café curto não é mais uma italiana?!...
- Ah...
# Quantas pessoas?
Clarice:
As minhas trocas ainda devem ser mais ensonadas do que as tuas - não sou bicho da manhã. A tarde é pública, a noite social, mas a manhã é (ou deviam deixá-la ser) íntima. E acho que já deixei herança, pois a minha pequenita C. é muito difícil de acordar; às 10h, 10h30min, quando insistentemente a chamo, muito rezingona responde-me "Nhão, nhão! Ó-ó ó-ó!" e vira-se para o outro lado.
Lady Godiva:
Agora já não posso eu escrever esse texto, que era o passo seguinte!...
Não estou zangado, isto é uma maneira minha de te dizer que acho espantoso, quase incrível, que lhe tenhas dado esta sequência. Parece que voltámos, mesmo, ao tempo em que nos entretínhamos a fazer "cadáveres esquisitos" (muitas vezes, durante as aulas, que era quando a coisa parecia correr melhor)...
# Eu diria nós os três, mas teríamos de tirar à sorte para ver quem ia para trás do balcão.
Apesar de tudo, ainda sei ser cavalheiro. Não é preciso sorteio, eu vou lá para dentro. Continuam vocês as duas a conversa. Mas deixem-me ouvir e dizer qualquer coisa de vez em quando, 'tá?
Quem não fuma nem bebe café também pode entrar na conversa, Vítor?
Abra-se mais a "rodinha"! Há sempre lugar para mais um (ainda por cima não és "mais um", estás na nossa casa de portas sem chave, neste momento no meu quarto). Tens, decerto, outros vícios, talvez mais saudáveis (ou não).
Abraço
(ainda no café...)
- Lady godiva vai uma torradinha? sim ?
- Por favor!Uma torrada com pouca manteiga e um café em chávena fria...
(isto é para ti Vítor, que estás atrás do balcão, foi assim combinado, não foi?)
*Adoro ouvir estes detalhes logo pela manhã. Uma torrada e mais nada! Agora cá com pouca ou com muita manteiga...e uma chávena fria? Ai, meu deus será que a vão beber?
Pois, por causa da "torradinha" é que eu apareci por cá...
Seja até sem manteiga, se assim o desejarem - "o cliente tem sempre razão"!
Pois é, nada te escapa menino Vítor! À esquina da "torradinha"... já me fizeste rir :)
Pouca conversa e toca a servir, vamos lá!
Oh, escapa, escapa mesmo tanta coisa!...
Mas vocência manda e eu estou cá é para servir...
A esta hora, se calhar, ia algo mais espirituoso, não?
Boa noite, Vítor
Ficas bem aí a mimar-nos.
Aceito uma torrada. Tens mel?
E um chá exótico, quiçá?!
Viva, uma vez mais!
A torradinha ainda se consegue arranjar e o mel também, mas chás só dos "normais": camomila ("macela" no Sul), tília, cidreira, preto... ah!, também há para aí uma coisa exógena mas não exótica que dá pelo nome de Quiet Night, que não sei o que leva.
Já foi tempo em que se chazava muito por aqui e com coisas exóticas, como "Perpétuas Roxas" e jasmim, etc. Mas agora chaza-se menos!
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