... entre o correcto e o politicamente correcto.
*Dicas: não tem nada a ver com os temas musicais (respectivamente final e inicial), nem com os idiomas destes (inglês ou basco), nem com o facto de um ser estático e o outro dinâmico.
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3 comentários:
Vamos lá ver se consegui descobrir alguma coisa!
1ª ABORDAGEM
No 1º vídeo, a "acção" acontece em Daisy Town, lugar aparentemente pacato, onde Lucky Luke não encontra razão para a prática da sua condição de justiceiro, sobrando-lhe até tempo para um xadrez com Jolly Jumper, o seu cavalo amigo, que, neste lugar, não tem de prestar mais serviço do que acompanhar no lazer.
No 2º vídeo, temos acção em Dalton City, onde os próprios irmãos Dalton e o estúpido Rantanplan (que chega a dispor-se a sustentar na cabeça os alvos para os treinos de pontaria dos Dalton) já dão que fazer ao herói e a Calamity Jane.
CORRECTO: No 2º vídeo, vemos razões para L.L. agir como justiceiro.
POLITICAMENTE CORRECTO: No 1º vídeo, só podemos mesmo perceber a necessidade de se mostrar disponibilidade permanenente para resolver problemas, quer eles surjam, quer não.
2ª ABORDAGEM
No 1º vídeo, L.L. fuma.
No 2º vídeo, L.L. morde uma palhinha (tal como Calamity Jane).
CORRECTO é deixar de fumar, porque essa prática é prejudicial à saúde. Correcta estará, nesse sentido, a mensagem transmitida pelo 2º vídeo.
POLITICAMENTE CORRECTO é, no 1º vídeo, o fumo do cigarro de L.L. formar caveiras, simbolizando a morte que poderá advir daquela prática. E é também a palhinha usada (no 2º vídeo) na boca do ex-fumador, que, em termos de desenho, permite manter a projecção dos lábios da personagem para a frente, não desvirtuando a sua figura.
3ª ABORDAGEM
L.L. é sempre mais rápido a disparar do que a sua própria sombra, mas, em relação ao 1º vídeo, o 2º apresenta uma evolução positiva em termos de rapidez de reacção.
É CORRECTO dar de um justiceiro a imagem de alguém atento e empenhado, que se testa a si próprio (1º vídeo).
É POLITICAMENTE CORRECTO fazer crer que o investimento na capacidade da mente pode conduzir a resultados continuamente melhores (2º vídeo, quando L.L. se permite mais tempo de concentração e ainda consegue superar a antecipação da sua sombra...).
Bem, quando puderes, diz de tua justiça...
Obrigado, Margarida, por teres respondido ao desafio e logo de forma tripla, com tres interessantes "abordagens".
Deixa-me dizer-te que o meu repto se relacionava com a tua segunda abordagem, embora as nossas visões sobre o que é correcto e o que é politicamente correcto divirjam. Com efeito, no primeiro vídeo, aparece o LL genuíno, aquele que anda (quase) sempre de cigarro na boca, aquele que - cena magistral! - enrola o cigarro enquanto cavalga e pede ao JJ que lhe lamba a mortalha, estreitando assim ainda mais os laços entre o cowboy e a sua cara metade (não nos podemos esquecer dos 'big finales' de grande parte dos 'westerns', em que "ele casa com o cavalo e ela casa com a cancela"). Foi assim que o LL foi desenhado e parece-me que seria correcto apresentá-lo sempre assim. Já o LL da palhinha na boca é uma cedência ao politicamente correcto. O LL pode ser o herói de qualquer miúdo mesmo com o cigarro na boca. É que estes fundamentalismos antitabagistas às vezes roçam o ridículo. Lembro-me de, durante os vários anos em que leccionei Português ao 12.º ano, começar a minha abordagem à obra de Sttau Monteiro pela observação das fotografias do autor que figuravam nos manuais da Porto Editora («Aula Viva»), as quais tinham sido adulteradas retirando-se-lhes o cigarro que o indivíduo em questão tinha na boca no momento do instantâneo que o imortalizou, recorrendo para isso a técnicas modernas mas já antigas - as da reescrita da História, bem conotadas com regimes ditatoriais ou, pelo menos, de pensamento único.
Que os heróis actuais de banda desenhada ou outros não apareçam a fumar nem tenham comportamentos violentos ou de qualquer modo "censuráveis" não me choca absolutamente nada. Agora, que me ponham o LL de palhinha na boca... ah!, isso não!
Assim que - vês? - descobrimos a diferença mas opinamos diferente mente sobre ela.
Em relação às tuas outras duas abordagens, estou de acordo com elas e, mais uma vez, te agradeço por teres, uma vez mais, contribuído para a construção deste humilde bloguinho.
Ó homem, isto aqui não é para agradecer nada. A pessoa vai em frente quando quer ir em frente, nem que esbarre com a parede! E eu quis - sou mortinha por desafios...
Mas, já agora, deixa-me aqui depositar uma sugestão (é algo que aprendi lá na minha loja): quando o post tem como principal objectivo desafiar, será melhor não postarmos muito a seguir (por um tempo razoável, claro), enquanto não tivermos a adesão esperada. Isto tendo em consideração que a tendência da maioria é ver as novidades (os últimos posts - os de cima) e sair, comentando ou não.
P.S. Gostei de rever o Lucas Vacoso. Está na mesma!
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