sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Pelo fumo de um cigarro...


Gosto de dormir até tarde. Sempre gostei. É o meu relógio biológico: deitar tarde e tarde erguer!
Por isso me dá mais prazer levantar-me cedo em ocasiões especiais.
Nessa manhã primaveril, às sete e meia, já eu saía da Residencial das Trinas para entrar na pequena e apertada rua homónima, na direcção do miolo do casco de Guimarães.
É claro que, como qualquer turista, me fazia acompanhar de uma máquina fotográfica, mas acho que não cheguei a gastar um fotograma do filme incluso, em todo o tempo em que vagueei pelas milenares ruas, ruelas e praças da velha urbe, que pareciam ir despertando à minha passagem, lenta e atenta.
As imagens que guardei tenho-as todas algures entre a retina e as estantes empoeiradas da memória, onde também ainda subsistem os odores desse madrugador percurso labiríntico por entre lajes de granito entremeadas de um virginal branco e sacadas de madeira egrégia.
Chegado à Senhora da Oliveira, o pequeno-almoço tomado, a sós, na esplanada fronteira ao arco, encerrou essa pequena viagem no tempo sem tempo.
Mas ali volto, de quando em quando, como hoje, se me deixo levar pelo fumo de um cigarro...

3 comentários:

Guida Palhota disse...

Sabes, Vítor, eu não fumo, mas, depois de ler o resultado deste teu acesso à memória permitido pelo fumo de um cigarro, garanto-te que já dava umas passas...
Atrever-me-ia a um cigarrinho como vou atrever-me a sondar a tua madrugadora estada na Senhora da Oliveira.
Estavas de todo sozinho ou esperavas alguém depois do solitário pequeno-almoço? Ou o que havia de especial na rua, que só pudesses fruir pela manhã? Porque era especial essa ocasião?

Não me vais responder, ouviste!?
Adorei saber que já estiveste no "miolo do casco de Guimarães", e, como tudo acabou (e continua)sem registo fotográfico, hei-de arranjar-te uma fotografia minha ao pé da oliveira que vêm amanhã plantar no meu quintal (prenda do meu aniversário deste ano). E passarás, pelo menos, a ter um registo de uma "senhora com uma oliveira", que mora algures em Viseu.

(Que será que te fez sair tão cedo da cama, num "tempo sem tempo"? ;))

Vítor disse...

Guida:

É claro que te não responderei. As respostas já lá estão no texto, embora lá não estejam.

Parabéns pelo presente que vais receber (a esta hora, já o terás recebido)! Agora não te esqueças de retalhar umas azeitonitas para ofereceres à malta (se precisares de orégãos ou de qualquer outro ingrediente, não hesites em pedir) e de produzir uns valentes quilolitros de azeite para confeccionar umas tibórnias.

Beijo

Guida Palhota disse...

OLha lá, Vítor, a oliveira já ali está, já (Um espectáculo! Ficou mais campestre o meu quintal, com um ambiente a caminhar para o bucólico...), mas para quantas pessoas é que já estás a imaginar-me a confeccionar tibórnias (eu, que nem sabia o que isso é...)? Quilolitros de azeite? Isso nem transformando todo o quintal num olival. Digo eu, assim à vista desarmada, pois pouco percebo do assunto e quis a oliveira para ornamento do jardim.
Mas prometo que, quando vierem as azeitonas, me vou interessar por elas...