sábado, 25 de outubro de 2008

Lisboa de sempre

Tanto e tão pouco para dizer de nós.
Por mais que tente fugir-te, és lastro para a viagem.
Por mais que tente abraçar-te, és vento que foge para o mar.
Lembras-te da aurora da nossa vida?
Lembras-te de descermos ao longo dos carris e de nos cruzarmos com as varinas que subiam ao bairro mais alto?
E dos rios de verdura - ploc, ploc, ploc no alcatrão - que desaguavam na Ribeira?
E das sandes de fiambre, prémios de consultas e análises de valentia?
Dos regressos a uma casa que se deslocou para longe?
Do amor vertido em ódio por te perder?

* "Roubei" esta foto ao Yanneck, lá no «Olhar Macro» (eu avisei, não avisei?)

5 comentários:

Clarice disse...

Grande gamanço Vítor, para fazer nascer um texto tão bonito!

*eu gostei mesmo foi das sandes de fiambre :)
beijinho a brincar

Carlos Lopes disse...

Belo texto, Vitor. Tenho pena de não ter uma cidade onde me prender. A minha deixei de a ver aos 6, 7 anos. E é tudo.

Yanneck disse...

Bandidos, bandidos... :)

Clarice disse...

Vítor, posso dar uma palavrinha aqui para cima, ao yanneck?

Essa dos bandidos não pode ser para mim, yanneck, eu AINDA não gamei nada! :)

Vítor disse...

Clarice:
E se calhar nunca as provaste, as daquele café em frente ao Jardim de Santos, junto ao Cinearte. Era aí que tomávamos o pequeno-almoço, quando íamos às consultas ao posto da Caixa de Previdência da Carris, num edifício lindíssimo que hoje pertence a uma associação qualquer.
Beijo

Carlos:
Também gostava de conhecer a tua. Alguns dos cheiros e cores da tua cidade chegaram-me ainda frescos pelo teu primo MS, meu colega de turma desde o 2.º até ao 8.º... Eu, da minha, saí com 8 anos, mas vim para perto.
Abraço (também para ele)

Yanneck:
Manda-nos prender pela ASAE, mas deixa a Clarice de fora (por enquanto apenas... não reparaste na caixa alta do ainda? Deve estar a preparar-se para te gamar a do "chocolate branco").
Abraço